segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pregão da Academia Vimaranense de 2009

O blog do Submarino sempre atento às movimentações nicolinas traz-vos hoje o Pregão da Academia Vimaranense recitado sob um forte dilúvio no dia 5 de Dezembro pelo excelente pregoeiro Francisco Viamonte. O pregão foi escrito este ano por João Teixeira e Melo e Tiago Bragança Borges.
Aí vai:

Meus irmãos! Atenção! Muito respeito
Por São Nicolau da Academia!
Por ele encho meu cabeludo peito,
Para dizer o que me faz “azia”.
Inspirador profeta Nicolau,
Dá-me alento e voz p’ra recitar!
Faz com que não tenha um dia mau
P´ra transmitir o que me ´tás a ditar.

Represento toda a “estudantina”,
No qu’eu digo hoje não há stress!
Trajo longa capa e uso batina
Que as balas atiradas amortece
Ouviremos já, aqui, e agora
A verdade clara do que se passa,
Deste burgo e dos de lá de fora
Pois ninguém me porá uma mordaça!

Abram, então, esse vosso ouvido
Pois vou falar desta nossa cidade
Não quero ouvir o mínimo zumbido
Senão cairá o Carmo e a Trindade.
Quando eu conheço um novo amigo
Que este belo burgo desconhece
Sou cicerone e até desligo
Das falhas que a cidade embrutece.

Daquilo que os livros me mostraram,
Já pouco ou mesmo nada lá existe.
Novas linhas e rumos inventaram
Mas, a traça triunfante lá persiste.
Pois então caro senhor Presidente,
Agora os chafarizes vão mudar?
O futrica já está impaciente
Sem saber em que lago aterrar.

Dali do Multiusos foi mudada
A grande feira do artesanato
A Alameda foi então ocupada
Com muita confusão e aparato.
Capital europeia da cultura
Em dois mil e doze como previsto
Vaticinam o fim para essa altura
Será que pensaram a sério nisto?

Segundo aquela Maia profecia,
Não nos deixarão terminar a obra...
Os Maias, Nicolau desconhecia,
E esse a Capital “inteira” cobra.
Mas prenúncios desse fim do mundo
Não faltam por aqui, pois certamente
Não é primeiro, nem sequer segundo
Que cá se viu, neste tempo recente!

Mudando agora p’ra nobre assunto
Ouçam todos os que aqui estão,
Fiquem atentos, eu vos pergunto
Quem quer da minha famosa poção?
Às belas donzelas que me escutam
Eu pergunto, com “aquele” jeitinho
Será que me ignoram e chutam
Se eu vos pedir um molhado beijinho...

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Falarei agora do meu orgulho
Que todos os anos vem ao de cima!
Quando te vejo só faço barulho,
Pois tenho-te só amor e estima!
Mandei outra vez calar o Trajano
Pois seria crime deixar de falar
Do nosso querido Vitória este ano,
E do que se anda pr’ai a “cantar”.

Os “mouros” amargaram outra vez
Para nossa grande felicidade
No estádio da Luz, escuro se fez
Meu povo, mas que grande crueldade!
Estamos sempre presentes Vitória
Prontos para tudo o que há-de vir
Depois de uma má jornada sem glória
O triunfo dos brancos vai surgir!

Cajuda sai na época brilhante,
Pois com o “chefe” ele se “dava bem”,
Vingada chegou sem nada obstante,
Mas sem brilho já retirou também.
Lá de Estremoz, da zona marmórea
Veio Paulo Sérgio, o fresco treinador
Esperemos que ele leve o Vitória
Ao ceptro da Liga, conquistador.

Uns “Ronaldinhos”, porque não trouxeram?
Que causem interesse em ver jogar,
Com o seguro que lhe fizeram,
Essa gripe não há-de lá chegar...
Tanto dela se fala e cá não chega
Cheira-me a um golpe publicitário
A vida para todos está bem negra
A menos que se seja boticário.

Água, nem sempre foi o seu forte
Dos Vitorianos bons dirigentes
Reabram as piscinas! É o Norte.
O pólo merece! Ficam sorridentes.
Ânimo! Alguém tem que trabalhar
Nesta bela terra adormecida!
Vamos lá! Rápido! Toca a acordar!
As amadoras ganham nova vida.

Desperta inocente, limpa a remela!
Pára de contar a rigor as notas!
Põe silicone como a Manuela,
Faz um branqueamento com’o Portas!
Políticos com dinheiro p’ra dar
Esbanjam nosso “papel” nas campanhas,
Andamos aqui nós a estudar
E eles lá nas suas artimanhas...

Os bancos têm os cofres furados,
Trocos guardo debaixo do colchão,
Os meus bens pessoais não são furtados,
Se me perguntares sei onde estão...
Os fundos que o BPN tinha,
Põem-me verdadeiramente confuso,
Mas onde pára o “guito” da vizinha
Para lhe poder dar um outro uso?

Vejo os mealheiros rebentar
De uma enorme e fácil maneira,
Falcatruas são feitas sem parar
O ladrão goza à sua maneira
Como o roubo na ourivesaria
No centro da cidade de Viana
Por erro no processo, quem diria,
Não passam na “prisa” uma semana!

Será que a Justiça anda cega
E foi tratada no Santa Maria?
Povinho, é preciso dizer chega
À ineptidão do dia a dia!!!
Ser-se sério é “intravenoso”,
Assim tenho orgulho em viver!
Coisas destas põem-me nervoso
Não foi assim que aprendi a ser!

Para ter sucesso, vou estudar
Não tenciono ser um desleixado,
Como o Michael não me irei “drunfar”
Para acabar num funeral deitado
Uma cura espero que encontrem
Os governantes do país estático!
Anda lento como um velho trem
Esqueçam o TGV, não é prático!

O costume varreu-se do País...
E dar voz não é nossa tradição?
A Júlia até me sai do nariz
Hoje já não se faz televisão...
Fazem perguntas e dão as respostas,
Em fantoches transformam entrevistados
É este o jornalismo que tu gostas?
Já vês porque eles são mal-amados?

Até a nossa pobre Manuela,
Que tudo e todos leva à sua frente
Lá tem os argumentos que são dela,
E quem disser que já não os tem mente.
Mesmo assim tendo tantas qualidades,
Não foi capaz de tanto aguentar.
O Jornal que dizia “das liberdades”
Alguém rápido o mandou calar

Alguns dizem que foi obra da pressão
Feita por alguém do executivo,
Mas a verdade direi eu no pregão,
Foi feita promessa ao santo votivo!
Depois de tanta entrevista a rasgar,
Ao falado da Ordem Bastonário,
Teve mesmo de finalmente deixar
A malta em paz, já era necessário

Estou mais calmo, mas enferrujado
Dai-me força grande Baco Sagrado
Hoje parece-me estar abafado
Não me digam que estou engripado.
Mas como ainda minha mãe não chamou
P’ra casa com a família eu jantar,
Vou só molhar a voz pois quase secou,
E ´inda tenho muito p’ra tagarelar!

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No antigo governo de Portugal
José Engenheiro perdeu o Norte,
Os pés p’las mãos foram seu grande mal
No afamado caso do Freeport...
Quatro anos deste fraco Governo
Com escândalos para animar!
A crise trouxe-nos este inferno.
Pai Natal! Que me irás ofertar?

A educação esteve mal criada
Com uma tal ministra intocável
A senhora de “Lourdes”, a sagrada
Diz ser isto tudo intolerável!
Pois já nem o Magalhães, o PC,
Anima as crianças estudantes
Tem lá erros que a gente bem vê
Que só os jumentos os davam antes!

Neste novo conjunto de ministros
Formado p´ra apagar a palermice
Espero não ver mais casos sinistros,
Seja Freeport, ou outra aldrabice!
Dos velhinhos ficaram só os duros,
Ou os que lá mais competentes eram
Os outros pensavam estar seguros,
Mas “vazar” foi o melhor que fizeram!!!

Deputados da nova assembleia
Sem medo, nem receio eu vos digo
Se nada fizerdes sereis “fritados”
Com’Afonso fritava o inimigo!
Agora estais na capital do reino,
Eu bem o sei, essa vida é perdição!
Mas vê lá se angarias dinheiro,
Para os custos desta nobre Comissão!

Não consigo compreender como é,
Que muita gente ainda não o saiba
Mas p’ra votar é preciso pôr-s’em pé
Faça sol, chuva, granizo ou saraiva!
E vós, ó votante estudantada,
Deixem essa garrafa lá no leito
Mesmo c’uma política cagada
Vota sempre. Ou fígado desfeito!

Ao Pregão do Bando Escolástico
Pelo menos, já não falta cá gente!
Dos modernos aos bota d’elástico
Todos o ouvem respeitosamente!
E como te tenho por bom ouvinte
Mas minha voz se me vai falseando,
Molharei minha goela com requinte
Que melhor qu’um genérico, vai tratando!

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Os meus grandes amigos de hoje em dia
Já não querem saber de qualquer rima...
Fico espantado com esta mania,
A fazer versos já ninguém anima
Fumas umas coisas que eu não entendo
Beb’antes esta boa Macieira
Porque se não, ainda te estendo
Aqui na calçada de focinheira!

Lá as grandes caves do Bombarral
Nós empolgados fomos visitar
A bebida lá nem nos caiu mal
Bebemos da pipa ainda a curar…
Serviu para aquecermos o motor
Lembrar velhos tempos de Comissão
Áureos e vividos com fervor
Pois ainda hoje assim o são!

Este ano, temos umas Maçãzinhas
Com uma antiga participação
Serão mais lanças e mais meninas
Nas janelas a arderem de paixão
Onde todos os velhos estudantes
Terão o grande prazer de lembrar
Aquela força das lanças pujantes
Com fitas e maçãs a ofertar…

Hoje é dia de grande festividade
Amanhã é o dia da menina
Há que dar boa continuidade
A esta Academia Nicolina!
O que é que nisto não vos motiva?
Festas cada dia da semana
Há que manter a chama mui viva
Com enorme força sobre-humana!

Mas o nicolino muito trabalha...
Pois sem rodas a carroça não anda!
No fim não importa a vil medalha,
Pois o meu coração assim o manda.
Cumprimos bem esta velha tradição
Com muitas ideias inovadoras,
Mas cuidado sem qualquer distorção
E com muito respeito p´las senhoras.

Juventude! Quero a trovoada!!!
Ai daquele que se achar bombista!
Malhem nessa caixa bem afinada!
Bombo! Marca o andar do artista!
Força louca que provém da paixão!
Todo o dia em que sou nicolino
Bate-me forte este meu coração
Façam alto soar o nosso hino!!!

Por São Nicolau, toda a gente torça
Como fazem p´la nossa Selecção
Mostrem agora toda a vossa força,
Que estremeça Neptuno e Plutão!!!

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