sexta-feira, 18 de julho de 2008

Crónica do 1º dia do Festival Marés Vivas

O Submarino atracou ontem no cais do Cabedelo, a fim de carregar o pesado fardo (ehehe) de vos comunicar o que se passa no Festival Marés Vivas.
Pois bem. Eram cerca das 20.30 horas quando atracamos. Cerca de 10 minutos depois entravam no palco secundário os Tara Perdida que debitaram um concerto ao seu estilo punk polido e em crescendo. Tocaram músicas do seu novo álbum, congratularam-se com o facto de o pessoal conhecer já as músicas desse álbum acompanhando o vocalista. Ainda a propósito tiveram uma saída simpática dizendo que o público podia comprar o álbum nas barracas de merchandising, mas também o podia "sacar", acabando por dizer que se pudessem comprar o álbum era melhor. Pois, comprem que os homens merecem.
No palco principal estava para surgir o maior flop do dia: os Shout Out Loud.
Para começar e antes disso, o som estava particularmente fraco, o que se notou de sobremaneira no concerto dos Sisters. Mas e os Shout Out Loud? Um zero absoluto. Fracos, fracos, fracos. Tocaram a música da vodafone e outras tantas, menos a da rede 4, ainda não percebi muito bem porquê. Meia dúzia de rapazinhos imberbes acompanhados por uma jovem loira que me fez imediatamente lembrar os Abba e todos sabemos que não é bom ter recordações dessas dos anos 70 nos dias que correm. O grupo em causa teve a vantagem de fazer com que nós recorressemos à barraca dos comes e bebes em busca de algo que nos perturbasse o nosso sentido auditivo, sem ser o apito que umas senhoras simpáticas distribuiam à porta anunciando a pílula do dia seguinte. Ahh! Também distribuiram alguns presevativos femininos cujas destinatárias inquiridas por estes vossos escravos se viram à rasca para perceber como funcionavam. Acho que era uma questão de dedos, mas já não me lembro muito bem...
A entrada dos Sisters Of Mercy em palco foi acompanhada da maior dose de fumos que eu já vi num concerto, mais parecendo o Andrew Eldritch um novo D. Sebastião. Penso, no entanto, que os Sisters foram atraiçoados pelo alinhamento escolhido, alternando músicas com riffs pesados com outras mais melancólicas, fronecendo uma amálgama sonóra pouco condizente. No entanto, os velhos hits estiveram lá: Detonation Boulevard, First, Last and always, This corrosion (ou melhor o refrão da música), Vision Thing, etc, etc, faltou o More... Não fiquei freguês, mas o concerto teve pontos altos. Pena é que com o fumo não se pudessem ver os elementos da banda, na certeza de que estes deverão durar pouco tempo dada a fúria substitucionista do Eldritch. Ou seja, sofrível.
Já Peter Murphy surpreendeu-me com um excelente espectáculo passando em revista os hits Strange kind of love e Cuts you up a finalizar, passando também por algumas das mais conhecidas dos Bauhaus. Penso que a sua actuação teve o contra de ser muito extensa - acabou já perto das 3 da matina. Mas lá que o home está numa forma única, disso não há dúvida nenhuma. Está careca, é certo, mas com aquela idade... A rever.
De resto, cerveja a 1,5 € ou 3 € para copos mais generosos, Licor Beirão, uma secção de discos relativamente fraca e de t-shirts idem, idem, aspas, aspas. O recinto é fantástico e a organização acolhedora.
Vale a pena ir.
Para hoje temos Slimmy que me impressionou positivamente no palco secundário em Paredes de Coura e que terá honras de palco principal mais logo. Tricky que eu sinceramente não suporto, Da Weasel - aquilo que nós sabemos - e Prodigy de quem se espera um concerto à maneira e cheio de gás. Logo lá estaremos junto da barraca da Super Bock bem no meio da parte central (a redundância é porreira pá) do espaço em frente do palco principal...

4 comentários:

Wolf disse...

A voz do senhor Peter Murphy é incontornável, tenho dito!

E um bom dia a todos!

Bioculo disse...

Sem "More"ou "Temple of love"as nossas "irmãs da misericórdia"foram impiedosas,não tiveram dó nem piedade,mandaram todo o povinho que estava presente neste espectáculo para casa arrumar toda a musica dos Sisters no baú da avó.Salvou a noite Peter Murphy,que rasgou a noite com toda uma energia em que se afirmou com estando ainda numa forma mui boa.Correcta a observação do fumo,gozaram à brava-ouvias não vias

Anónimo disse...

Tenho a reclamar que já não havia preservativos nem para gaja, nem para gajo, nem para mais ou menos quando cheguei ao estaminé da droga.
O Tricky estva com uma moka descomunal mas foi porreiro pá. Mas parece-me que não é um concerto para festival é um concerto mais para um Coliseu ou assim. A gaja era boa boa boa.

Rui Melo disse...

Estou tão triste por não ter chegado a tempo de Tricky... :)