Todas as despedidas são dolorosas, embora umas mais e outras menos.
Mas a vida é assim e às vezes nem a frase de Nietzsche "O que não nos destrói, torna-nos mais fortes" ou o "só a morte não tem solução" nos dá outro alento para continuar.
Isto para dizer que há determinadas despedidas que, podendo ser breves, podem ser para sempre.
E é precisamente o "para sempre" que nos angustia e nos deixa com medo, petrificados, quedos e sem reacção.
Espera-se sempre um "até breve", um "prometo voltar" que nem sempre vem. E mesmo vindo a angústia mantém-se tal como a recordação das oportunidades perdidas de convivência e de contacto.
Fica-se sempre com a noção de que se as coisas tivessem sido feitas de outra maneira, outro poderia ser o desenlace e a despedida talvez não fosse tão dolorosa.
É, pois, com o receio de que não volte que o Submarino anuncia a saída de John Frusciante dos Red Hot Chili Peppers que pretende, segundo ele, dedicar-se à musica experimental. John Frusciante era um fã da banda, com 18 anos, que os impressionou com seu estilo e técnica e que entrou para os Red Hot logo em seguida à morte do Hillel Slovak em Junho de 1988.Saiu temporariamente durante a tour do álbum Blood Sugar Sex Magik, voltando em 1999, no álbum Californication.
Espera-se que, também desta vez, regresse.
Tal como esperamos que todos os que nos fazem falta regressem, embora alguns regressos sejam... ainda mais dolorosos que as despedidas...
Wet Sand...
13 comentários:
Quando queres sabes falar muito a sério. Belo texto que nos faz pensar...
Escreves bem.
Porquê tanta melacolia? Deixas-me preocupada... :-(
Melancolia, queria eu dizer...
Ò Sr. Produtor!!!!!! Fiquei espantada com palavras tão profundas!!! Diria mais, até parecia eu há uns tempos! eheheh Faz como eu, "bota" nos CTT ou então, debaixo da porta... nem sempre tem qualquer resultado, mas o importante não é o resultado pretendido, é mesmo o esvaziar da alma!!!! ;)
Uma coisa é certa: os Red Hot nunca vão deixar de ser quem são, mesmo com a saída do Frusciante. Isso sim é o mais importante. Até porque quando a banda começou, ele não fazia parte dela, e certamente que seguirão em frente, ultrapassando apenas mais um obstáculo. =)
Pior do que uma despedida é nem sequer haver despedida... Isso é que nos martiriza e desassossega a alma!
É verdade que um "até breve" nos alimenta a esperança, enquanto que um "para sempre" nos empurra para a tristeza, mas ainda assim prefiro qualquer um deles a um desesperante "silêncio".
O problema está quando se acredita na despedida. Acreditar, do ponto de vista de necessidade. Se deixares de acreditar nessa necessidade, deixarás de sentir esse desassossego... permitir-te-á inclusivamente perceber, que as despedidas não são assim tão importantes, mas sim os reencontros... ou não. ;)
E será que se podem esperar reencontros?...
E será que se podem esperar reencontros?...
...pois mas a magia é essa, não se esperam. Simplesmente acontecem ...ou não!! ;)
Simplesmente acontecem... É uma verdade!
Anónimo 1: É o que é.
Anónimo 2: Às vezes não há porta...
SD: Os Deep Purple também não começaram com o Ian Gillan, os AC/DC não começaram com o Bon Scott, os Metallica não começaram com o Kirk Hammet mas penso que é consensual que todos esses grupos são muito melhores - até em termos de entrosamento - com esses elementos. E nunca seriam os mesmos, nem nos fariam felizes, sem eles.
Anónimo 3:Sem tirar nem pôr. É mesmo isso.
Anónimos seguintes: como digo no último parágrafo do meu post os reencontros são, por vezes, - e até diria a maior parte das vezes - mais dolorosos.
Enviar um comentário