quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ouvem-se tambores no Céu!

O Submarino abre a porta do seu blog aos seus ouvintes/bloggers com um texto sobre o Cozy Powell de autoria da Mók:

COZY POWELL, Dez anos da morte de uma lenda.

Estava a pensar escrever sobre o Robert Palmer, aquele que começou um dia a tocar com a Elkie Brooks, numa banda chamada Vinegar Joe, quando, repentinamente, descobri algo muito triste. O Cozy Powell morreu.
Estava eu quase a ir à Expo 98 quando tudo isto aconteceu. Faz agora dez anos, no dia 5 de Abril. Havia mau tempo na região de Bristol em Inglaterra. Ía a caminho de casa no Berkshire, ao volante do seu carro na M4, enquanto falava com a namorada ao telefone. Alta velocidade, distracção e pouca sorte levaram-no para uma morte súbita e inesperada.
Tinha acabado de sair do estúdio onde se encontrava a gravar com o ex Fleetwood Mac Peter Green.
Para a história fica uma invejável discografia. Participou em 66 álbuns, bem como teve outras aparições menores num grande número de outros.
Na verdade, creio que se perdeu um dos maiores bateristas da história do rock!
O Cozy nasceu em Cirencester, uma cidade no centro sul de Inglaterra, que tem mais ou menos a mesma distância, a sul, a Ilha de Wight, a oeste Newport e a leste Londres. Para quem nasceu em 1947, viver naquele local deve ter sido uma loucura. Poder ir a Festivais como Wight, Newport ou Reading, que também não era longe… Ele esteve lá! Viu a história ao vivo e participou nela.
Aos quinze anos andava no liceu e pensava dedicar-se ao teatro. Teve um primeiro contacto com a bateria e Xau! Aos quinze já era o baterista da sua primeira banda, os Corals. Foi logo classificado como um excelente baterista.
Francamente, não sei o nome dele mas sei que o Cozy foi buscá-lo a uma tremenda lenda, o baterista de jazz Cozy Cole.
É claro que esta vocação ía dar-lhe cabo da educação. O liceu passou à história e foi então trabalhar para um escritório. Foi só para ganhar uns dinheiritos para comprar a sua primeira bateria. Entretanto passou por um mal menor chamado “The Sorcerers”, uma banda pop. Na realidade, a banda até escapava.
Nos anos sessenta tocou até bastante, especialmente na Alemanha. Cerca de 1968 voltam para Inglaterra baseando-se em Birmingham. É aí que, uma certa noite, enquanto tocava num bar, foi ouvido a primeira vez por uns rapazes que lá estavam a curtir. Para os mais velhotes não são desconhecidos os senhores Robert Plant e John Bonham, o Noddy Holder, que viria a ser o vocalista dos “Slade”. Também lá estava o Dave Pegg e o Tony Iommi.
Os “Sorcerers” mudam de nome para “Youngblod” no fim dos anos sessenta. Era o meu pai mais novo que eu, mas pronto.. Entretanto o baixista dos “Move Ace Kefford” junta-se à banda e assim nascem os “Ace Kefford Stand”.
O Cozy junta-se com os ex “Sorcerers” Dave e Dennis Bell e forma os “Big Bertha”. Tocou em 1970 no Festival da Ilha de Wight e nesse mesmo ano ingressou na banda do senhor Jeff Beck. Em 1972 a banda do Jeff Beck desfaz-se.
Algum trabalho vai aparecendo mas a sua vida está relativamente estabilizada. Mickie Most, o empresário do Jeff Beck, arranja-lhe umas participações para Chrysalis Records. Mickie Most e Cozy colaboraram em trabalhos de diversos artistas para a editora RAK, incluindo com Julie Felix, “Hot Chocolate”, “Donovan” e “Suzi Quatro”. Foi neste período que o Most consegue convencer o Cozy para gravar um single instrumental de um tema chamado “Dance with the Devil.” Este chegou ao número 3 dos tops de singles no Reino Unido. Uma inteira geração de bateristas inspirou-se neste tema para se lançar no mundo da música.
No meio de tudo isto, o amor de Cozy Powell pela velocidade levava-o à competição. Correu quer com motos, quer com automóveis.
Em 1976 juntou-se à banda de Ritchie Blackmore, os “Rainbow”, e em 1980 foi considerada a sua entrada para os “Led Zepelin”. A ideia era substituir o John Bonham que tinha morrido depois de beber uns copos a mais ao pequeno almoço. Quatro vodkas quadruplos, 16 shots de dois terços de imperial com 4 decilitros de vodka cada um, e uma sandes de frango que parece que lhe caiu mal.
Mesmo assim o Cozy não chegou a entrar para os “Led”.
A participação dos “Rainbow” no primeiro espectáculo “Monsters of Rock” em Donington Castle foi um assombro. Mesmo assim Cozy deixa a banda logo a seguir, juntamente com Graham Bonnet, vocalista, com quem faz uma banda de nome “Graham Bonnet & the Hooligans”. O seu trabalho de maior projecção foi um single, “Night Games”, lançado em 1981.
Entretanto Cozy foi tocando com outras bandas. Em 1981 com Michael Schenker Group, com os “Whitesnake” de 1982 a 1984. Foi então que Keith Emerson e Greg Lake o convidam para uma banda de nome “Emerson, Lake & Powell”. Esta é uma banda emergente dos originais “Emerson, Lake and Palmer” a quem se junta também Gary Moore; estávamos em 1989.
O seu mais famoso projecto é a banda Black Sabbath onde participa entre 1988 e 1991, voltando a ela de novo entre 1995 e 1996. Os fans da Sabbath consideram Cozy Powell o melhor de todos os bateristas da banda.
Entre 1992 e 1993, vai para tour com um projecto pessoal de nome “Cozy Powell's Hammer” onde a figura principal é ele próprio. Neil Murray é o baixo, Mario Parga na guitarra e Tony Martin como vocalista, garantem um som de elevada qualidade.
Algo maravilhoso acontece quando Brian May convida Cozy Powell, Neil Murray e Gary Moore, ex “Whitesnake” e Black Sabbath, para com ele participarem no álbum “Back to the Light”. Este foi o primeiro álbum de Brian May depois dos “Queen”.
No espectáculo “Use your Ilusion” em 1993, Cozy Powell e Brian May abrem o espectáculo dos “Guns and Roses”.
Um período de reflexão, algumas participações e descanso esporádico, iria seguir-se, estando projectada a participação de Cozy Powell com os “Gun” em 1998.
Assim chegámos de novo ao pricípio da história, mas sem mais nada para contar. Morreu um dos melhores bateristas de sempre.
Senhoras e senhores, Cozy Powell deixou a Terra.

1 comentário:

papyatwork disse...

Pá...
Eu sou suspeito para falar até porque desta vez não me pagaram para dizer isto mas, a Mokzza tem muita jeito a escrever.

Mai nada
Pai da Mok