quarta-feira, 28 de maio de 2008

A marcha sobre Lisboa foi há 82 anos

Há 82 anos o General Gomes da Costa marchava sobre Lisboa pondo fim à anárquica 1ª República. Foi no dia 28 de Maio de 1926 que caiu uma república que em 16 anos mostrou ser tão corrupta e interesseira quanto a monarquia. Causas próximas: além de muitas outras o envolvimento de Portugal na 1ª Guerra Mundial.
Seis anos mais tarde, o "Tónio das Botas" deixava a sua cátedra em Coimbra para ocupar o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, dando origem a 42 anos de ditadura.
Diz o João Jardim - que é a modos que desbocado - que a terceira república terminou (a segunda era a do Tónio) e não está longe da razão.
Parece que não há mais margem de manobra... Apenas uma revolução poderá acabar com o que parece que já morreu há muito tempo, mas ainda ninguém lhe passou uma certidão de óbito.

28 comentários:

capri-sonne disse...

... é do "reviralho"!

Anónimo disse...

Melo a presidente, já!

Anónimo disse...

A que propósito?

Rui Melo disse...

De nada... A ideia era essa Rato... Ou uma revolução a que propósito?

Anónimo disse...

Que revolução é que vocês estão a falar!?

Rui Melo disse...

A que eu falo no post ou no comentário? A segunda é a que penso que Portugal precisa, a primeira foi a que instituiu o Estado Novo com a entrada do Salazar para o Governo em 1933... eheheh

Anónimo disse...

hum...

Anónimo disse...

E tu tens ambição política?

Anónimo disse...

Só se for para ver Lisboa a arder!!

Anónimo disse...

Pinto da Costa ao poder?

Anónimo disse...

Bombas artesanais pelas janelas ehehehe

Anónimo disse...

Melo, quer-se-me (isto diz-se?) parecer que vais ser responsável por um levantamento popular!

Anónimo disse...

pura brincadeira! aqui não há terroristas :-)

Anónimo disse...

Eu até achava boa ideia! Desde que o Melo fosse o meu (e não meo) comandante!

Anónimo disse...

Na sequência desta conversa de mudança vejam esta frase intemporal do Eça de Queirós: «Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente
e pela mesma razão.»

Anónimo disse...

Eu conto 3 revoluções depois da monarquia no post mais 1 sugerida no comentário o que faz 4. 1926, 1933, 1974 . 2008 = ? A 2 do comentário queremos saber, Sr. Presidente, a 1 não é a que diz respeito ao ancien régime. A 3 faz a transição para a democracia com o 25 de abril. Afinal, para quando a 4 república? E a 3 já acabou? É mesmo preciso revolução? Já agora e o quinto império? É possível?

Rui Melo disse...

Não tenho qualquer ambição política, nem tenho tempo para ser responsável por um levantamento popular.
Existiram 3 revoluções com sucesso a partir do sec. 20: a de 1910 quie instituiu a República, a de 1926 que instituiu o Estado Novo e a de 1974. A 3ª República não acabou, faliu... O administrador da falência é eleito de 4 em 4 anos, tal como a assembleia de credores. Eu acho que só com uma revolução isto se resolve... Alguma outra ideia?

Nostalgia disse...

Eu acho que era necessária uma revolução a vários níveis no nosso país realmente...Mas quando me lembro do episódio, aquando do 25 de Abril, de Salgueiro Maia pelas ruas de Lisboa com os restantes militares, ao depararem-se com um semáforo vermelho perguntarem: "Como é meu Capitão? Passamos ou esperamos?" e a resposta foi "esperamos", eu pergunto-me onde esteve então o verdadeiro espírito de revolução... Sem dúvida este episódio metaforiza em completo a Revolução de Abril, uma coisa mal orquestrada, mal organizada, ninguém percebia bem o que estava a fazer ou como fazê-lo...em parte foi o que herdamos e o que temos...um país que tem tanto para pôr em debate público, mas que continua a viver dos especiais sobre o que come simão sabrosa, ou o que Deco faz nos tempos livres, ou ainda quantas vezes arrota cristiano ronaldo depois de comer o bacalhau...sinceramente põe-me com dúvidas sobre as capacidades contestatárias dos meus conterrâneos...

Rui Melo disse...

Esse episódio do sinal vermelho parece-me ser criação do filme. No entanto, se olhares mais para trás quer a revolução que instituiu o Estado Novo, quer a revolução que depôs a Monarquia foram relativamente pacíficas. Para se aquilatar de uma revolução menos pacífica tens de recuar até ao Sec. XIX e à revolução liberal de 1820 e as suas sequelas até 1834 com o consequente exílio do D. Miguel. Quanto ao demais tens toda a razão. O pessoal acomodou-se e aburguesou-se. No entanto, as manifestações que existem por todo o país e, designadamente, o que se passou na lota de Matosinhos é um verdadeiro mau sinal para o Governo. Dir-me-ás, mas os pescadores é que vão dar a volta a isto? Então noutros lados não foram os trabalhadores fabris, os camponeses, seguidos pelo exercito e/ou milicias armadas? Não sei é se a UE e os EUA deixavam...

Nostalgia disse...

Caro Rui Melo

Tens razão, ao olhar para trás, houve um Portugal diferente...Mas isto da Portugalidade é preciso ser analisada nos seus próprios termos. depois do Ultimatum Português, creio que em 1890, dá-se toda uma reviravolta na cultura, pensamento e sentido do ser português,a partir daí começa o portugal saudoso, do fado,das putas e marinheiros e dos tempos áureos idos...O Portugal de que falas, infelizmente não é o de hoje...Hoje infelizmente, e por motivos da própria história e mudança geopolítica, somos um país que vive na sombra, como que anestesiado, inconsciente acerca da sua própria identidade...Vários foram os pensadores que se dedicaram a etnografar este ethos português mais recente(leite vasconcelos, jorge dias, etc)...Um dos livros mais recentes que até foca esta temática é o de José Gil "Portugal Hoje: o Medo de Existir"..Mas enfim, é só uma opinião...Quanto ao episódio do semáforo, não é só ficção, foi mesmo real...Os militares queriam uma coisa pacífica, aliás o MFA nascera pouco antes do êxito editorial de Spínola, "Portugal e o Futuro",sendo esse o verdadeiro impulso e apoio para os militares fazerem a revolução; pois a origem do MFA devia-se mais a reivindicações corporativas do que com os destinos da pátria. Foi só aos poucos que o Movimento dos Capitães, formou um núcleo a partir do qual se esboçaram um plano de tomada do poder e um projeto nacional.

Nostalgia disse...

E claro tens razão, isto a dar a volta só mesmo a começar por baixo...lotas, fábricas, agricultores, mineiros (se os houver ainda) e todos os que realmente sentem a crise...

Anónimo disse...

uma revolução é necessária, sem dúvida. mas já pararam para pensar nas consequ~encias que acarreta???? está alguém disposto a abrir mão de todo o comodismo a que se habituou para viver na anarquia consequente e inevitável??? decididamente esse papel toca sempre aos mais fracos... infelizmente. pois sou a primeira a dizer que não estou disposta!!!! egoísmos deste tempo moderno!

Missphilosophist disse...

Nesta história fiz comentários anónimos que só tiveram ver com: Lisboa a arder, as bombas às janelas e a matemática à volta da contagem das revoluções! Achei piada ao tema mas, ao mesmo tempo, não me sentia à vontade para ser Missphilosophist. Quer dizer, não estava muito familiarizada com a linguagem deste blogue, mas agora já estou, acho eu. Gosto de chamar as coisas pelo nome e a minha única política assenta, essencialmente, na verdade da palavras que uso e penso. E isto tudo para dizer, publicamente, que não tenho nada a ver com o último anónimo deste maravilhoso post!

Rui Melo disse...

Vertigo:
Certo é que pacificamente ou não, não vejo volta a dar-lhe. Já há muito tempo que não via constantemente na TV ministros a ser insultados pelo povo. Penso é que não há coragem e o ambiente europeu não favorece. Quanto ao 25 de Abril estás absolutamente certa. O problema é que penso que sem militares dificilmente haverá revolução e esses foram amordaçados e comprados com o fim do serviço militar obrigatório. Agora são funcionários públicos como outros quaisquer.
Anónimo: Pensar em todas as consequências de uma possível revolução é matá-la à nascença. Já olhaste à tua volta? Os teus compatriotas estão revoltados: com o preço da gasolina, com o ensino, com a saúde, com a cultura... O que vale é que vem já aí a anestesia: O Europeu de futebol. Vale a pena parar para pensar se o comodismo vale mais do que as pessoas sem dinheiro para absolutamente nada, drogadas por um Governo que se perde em tergiversações e bocas mal medidas...
Missphilosophist: a linguagem do blog é a que vês. Nada temos a esconder. Estamos aqui numa de mera diversão e no apoio incondiconal à boa música que se vai perdendo.
Cá para nós: Nunca pensei que ia lançar tamanha discussão. eheheh
Vamos invadir a sede da ASAE....

Nostalgia disse...

E ainda bem que gera discussão! A blogosfera é neste momento o espaço mais propício para a prática democrática. Realmente Rui Melo também, infelizmente, não consigo ver uma volta para isto...Está difícil...Mas o que é preciso entender é que a revolução não tem de ser necessariamente, num palco de guerra, as pessoas às vezes associam a palavra logo aquelas imagens à la canal de História, mas uma revolução pode dar-se apenas através de um exercício de consciência colectivo, logo que haja espaço público para debate nos media (em vez de nos assassinarem com cristianos ronaldos e decos), e muito mais, tem de partir também do portuga querer mudar, não só de quem sente mais a crise, mas também dos que não trocam "o comodismo" (citando anónima)pelo viver em justiça e igualdade de direitos em ter-se uma vida o menos miserável possível...Quem não troca o seu comodismo pelo trabalho que dá uma mudança, é que é verdadeiramente egoísta...nunca o pescador por querer trabalho pode ser acusado de ser "egoísta na sua modernice"

Nostalgia disse...

E pois está claro que há uma revolta latente em cada um de nós (pelo menos na maioria) o que falta é organização e o saber agir das entidades da sociedade civil!

à carga! e se tiver de haver militares paciência...

Missphilosophist disse...

O assalto à ASAE seria contraproducente... Isto tem de ser muito bem pensado, só se dá uma revolução se houver mudança de paradigma! Vamos com calma em procedimentos científicos ;-) eeheheh

Missphilosophist disse...

O último anónimo também tem alguma razão, visto que, protagoniza bem o cepticismo. O cepticismo é o nosso inimigo, mas não anda aqui ninguém a provocar uma revolução! Por isso, por mim, dou por encerrada a sessão.