Forjados em
terras de Guimarães, os Dead Tónios são tão velhos quanto a própria
nacionalidade. Na verdade, o primeiro Tónio de que há memória foi Egas Moniz
quando, não tendo D. Afonso Henriques cumprido uma promessa, foi-se entregar… a
Castela com um baraço ao pescoço.
Era um Tónio…,
dirão vocês…, pois era….
Tanto mais
quanto a única promessa que D. Afonso Henriques soube cumprir foi a de arrear
nos Castelhanos e nos Mouros, sendo certo que até a mãe o renegou.
Mas, em boa
verdade, a história dos Dead Tónios é apenas paralela a esta: Tónio era,
originariamente, o bardo da Corte de D. Afonso Henriques.
Conhecido por
trocar belas trovas por favores sexuais, Tónio era o Decano do deboche, o Rei
da depravação e fundador do primeiro quengódromo de que há memória.
Diz-se, na
verdade, que não foi Martim Moniz que, atravessando-se às portas de Lisboa, fez
com que as tropas de D. Afonso Henriques aí entrassem. De facto, durante o
cerco, Tónio o Bardo, sentindo-se entediado com a espera por entrar em Lisboa,
montou uma “casa de senhoras” com o nome de um animal com que apenas sonhara,
porque só existente em terras de África.
Com efeito,
sonhara ele com um falo gigante que absorvia água, esguichava-a, tangendo o
sino nos Jardins Zoológicos. A esse seu falo decidiu chamar-lhe “elefante”. E
por ter o fétiche de o cobrir com açúcar, a esse seu estabelecimento chamou
Elefante Branco.
Conhecedor de
cerca de 3 acordes, Tónio foi punk antes do seu tempo e tendo passado a saber 5
acordes, começou a tocar jazz. Foi o primeiro músico de fusão, fondendo, ou
melhor, fundindo o jazz e o punk, foi o pai do JUNK.
O junk era uma
música mexida que fazia abanar a anca das cortesãs – pomposamente apelidadas de
“cortesonas” por Tónio.
Rapidamente
Tónio grangeou um grande número de fans, conhecidas como as Toniettes, sendo
que apenas podia ser Toniette aquela que ostentasse orgulhosamente na nalga
esquerda a marca da ganadaria Tónio.
Tónio viveu 90
longos anos, passando o seu saber de geração em geração, ultrapassando
largamente a esperança média de vida da altura. Diz-se que aos 80 ainda era
capaz de saquear a masmorra a qualquer meretriz, designadamente as de Braga,
pondo todo o meretrício em fogo!
Tónio teve 50
mulheres, fogachou cerca de 943, possuía uma mente brilhante… e também possuía a
filha da vizinha aos fins-de-semana. Sendo certo que apenas fogachou 943 porque
quis fazer a folha à mulher do homem do talho e ele, tendo-os apanhado nesse
labor, decepou-lhe o elefante branco.
Após a sua
morte, os seus herdeiros seguiram o seu trabalho, fornicando e refornicando,
como se amanhã não houvesse.
Profetas de toda
a sorte, videntes e cartomantes, diziam que D. Sebastião era Tónio – Tónio
Sebastião – que, tendo desaparecido em terras africanas, terá montado um
musseque com 40 negras de origem magrebina. O pior foi a sua sucessão… Como se
sabe e é bem conhecido, havia também Tónios dedicados à vida clerical – e por
isso, em honra a esses, não se dão slaps ao domingo, como a seguir se dirá – e
apenas um Tónio pode suceder a outro Tónio, pelo que não tendo D. Tónio
Sebastião deixado descendentes conhecidos (ninguém ousaria demandar África e o
seu musseque), sucedeu-lhe seu tio-avô Cardeal D. Tónio… Henrique – o Casto.
Diz-se que o
Papa ponderou levantar-lhe o celibato para poder ser pai, mas quando a bula
saiu nesse sentido, já daquele mato não saía coelho…
Foi o tempo dos
Filipes e a decadência dos Tónios. O último conhecido da época – D. Tónio Prior
do Crato -, era também um Tónio de origem clerical, pelo que terá
fogachado apenas na clandestinidade.
Temeu-se pelo
fim dos Tónios, mas eles renasceram.
Tempos houve - e
durante séculos – que foram galãs (conta-se que Zézé Camarinha é, de facto, um
Tónio), cantores e guitarristas de bandas rock (Jim Morrison e Jimmy Page eram
Tónios) e conhecidos actores (os 007 eram todos Tónios, o Brad Pitt é um Tónio,
tal como o Tónio Cruise).
Eram Tónios por
toda a parte… nas casas, nas carros, nas pontes nas ruas… como dizia Tónio
Espadinha…
No final do sec.
XX e inícios do sec. XXI os Tónios foram perseguidos. Afinal de que serviam os
fogachadores de antigamente se na sociedade que se criava toda a gente abafava
a palhinha?
Conhecedores da
heterossexualidade militante dos Tónios, a geringonça, com especial incidência
no Bloco de Esquerda, deu caça aos Tónios. Apodados de homofóbicos, os Tónios
refugiaram-se nas partes altas, quando a sua especialidade eram as partes
baixas. Foram inclusivamente obrigados a usar burka abaixo da cintura… Temia-se
o pior… Enxovalhados, banidos das Irmandades mais conhecidas (a Maçonaria, os
Rotary e os Lions), os Tónios acantonaram-se na Serra da Estrela. Com eles,
Einstein, disse: “We will use rocks on the other side” – e usaram… no óisque!
Nada mais lhes
restava perante uma geração que se dedica a ficar fechada em casa a fumar
charros e jogar playstation do que se esconderem. Chegaram a ser declarados em
vias de extinção. Os Tónios, tal como o Koala e o Lince da Malcata lutavam pela
sua sobrevivência.
Atacavam à noite,
em bandos, procurando os favores do belo sexo que, com feroz ímpeto,
mergulhavam em vale de lençóis, só daí saindo após múltiplas horas.
Criadores dos
orgasmos múltiplos, as poucas mulheres que cediam aos seus encantos, deixando
que lhes friccionassem os antrecoxáceos eram apedrejadas em praça pública e
tratadas como a Maria Madalena dos tempos modernos.
Aliás, já Joana
D´Arc havia sido em tempos fogachada por um Tónio e, por isso, como bem se
sabe, foi esturricada numa fogueira.
Mas podem vocês
perguntar: o que é que isso tem que ver com os Dead Tónios?
Pois bem, os
Dead Tónios contam-se como os últimos heterossexuais vivos do sec. XXII, embora
também gostem de abanar os seus hirtos mamilos no Século XIX.
Esta banda
futurista de heterossexuais, não podendo actuar no seu próprio século, sob pena
de lhes cortarem o seu membro viril, teleporta-se para o passado, fazendo tours
incessantes, e fazendo-se passar por mortos, daí o seu nome Dead Tónios.
De facto, e para
além do mais, todos os bons músicos estão mortos, pelo que pouco sentido faria
manterem-se vivos.
Eles são
liderados pelo ultimo Tónio da sua geração – o Tónio Tónio Zé Silva (conhecido
por Double Tónio ou Zecas Tónio). Ele maneja as 4 cordas do seu baixo eléctrico
como se de uma harpa se tratasse. Sem drive ou overdrive é mestre na arte do
slap na paxaxa que apenas não pratica ao domingo por ser Dia do Senhor (eis a
reminiscência dos Tónios clericais).
Tónio Melo,
heterossexual há inúmeras gerações, tal como os outros Tónios, foi fundador do
uso da “luva do tau-tau”, com a qual dava pequenos slaps nas nalgas das
vítimas.
Para além disso,
os Tónios são os verdadeiros autores da “Canção do Bandido”, tantas vezes
entoada e cantada por gente de menor porte, tem letra de Tónio Melo, música de
Miguel Tónio e orquestração de Double Tónio.
Miguel Tónio – o
único heterossexual vivo de terras de Basto – por tara própria, sacudia bastas
vezes a sua mão violentamente em movimentos circulares, pelo que Double Tónio
lhe entregou uma guitarra eléctrica, antes que ele se lembrasse de esgalhar o
pessegueiro, tornando-se o guitarrista dos Tónios.
Leocádio
Leopoldo Tónio, barão do Pubidém, gladiador de Infias e agora pai – mas não
digam a ninguém, porque ao que parece ser pai é proibido – assaltava as caixas
de esmolas do Sr. Reitor e tocava banjo nos tempos livres, pelo que Tónio Tónio
deliberou que ele assumisse a outra guitarra que apesar de ter as cordas
enferrujadas, ele raspou com Scotch-Brite (ou outro scotch de terras da
Escócia) e oleou com Macieira misturada com refumeite…
Pedro Tónio, o
mais novo dos Tónios, foi violentamente surrado por Double Tónio pelo mero
facto de fazer xixi sentado. Double Tónio terá dito: “Faz-te HOME!” E ele
fez-se! Onde ele anda rabo de saia é garantido, esgrimindo os seus sticks como
um Charmer, qual Darth Vader no Campo de S. Mamede!
Os Dead Tónios
são assim uma banda futurista feita de falecidos que, em dias de concertos saem
das suas lúgubres campas, para aterrorizarem as inocentes vítimas.
São a única
banda do Mundo de que o Axl Rose não fará parte e dizem que sairão do seu
caixão, juntamente com convidados bem conhecidos – e HETEROSSEXUAIS - para
espalhar magia, hoje à noite… Aguardemos…
Pelo management
dos Dead Tónios,
Tónio Leites